domingo, 7 de abril de 2013

SALVANDO NOSSAS FAMÍLIAS

SALVANDO NOSSAS FAMÍLIAS

Queremos fazer algumas reflexões em torno da mais antiga instituição social humana, a família, por sinal hoje seriamente ameaçada embora seja a célula matter do tecido social.

Na verdade, família é assunto solene e serio. É assunto de salvação e destino. A boa vivencia familiar é também assunto de profundo interesse da Igreja Adventista que surgiu em meados do século XIX, pregando um evangelho sabatista e desenvolveu ao longo dos anos um evangelho da saúde, da família e da educação (evangelho como o poder de Deus para salvar aquele que crê).
Tomando emprestada uma expressão da biologia, poderíamos dizer que a família é uma célula tronco social por dela, conforme o contexto, podem surgir descendentes dos mais diversos,, desde santos até ímpios, desde sábios até ignorantes.

Situação da família no Mundo Ocidental hoje
É bastante delicada porque no mundo dos valores, a família está deixando de ser um valor sagrado (valor que não deve mudar) para ir se tornando um valor secular. Valores seculares são valores que podem mudar, pois são sujeitos aos caprichos da época e do contexto social do presente século.

Novos tempos, ideias, valores e costumes têm contribuído para a dessacralização da família insinuando-se até que a família está se tornando uma instituição ultrapassada no processo da evolução humana. Caberia perguntar, como seria substituída?
Mesmo a família adventista não tem estado imune a essas modernas tendências.

Há contudo serias advertências de conselheiros familiares e de outros estudiosos , das implicações da crise familiar. Indo à história: Crise da família grega no século V A.C., o século de Péricles, tempo de grande prosperidade em Atenas. Naqueles idos, em meio à prosperidade qual os filhos das famílias passavam a ficar aos cuidados de “pedagogos” que inclusive os acompanhavam e com eles permaneciam na escola. Não demorou muito para que Atenas, o berço da cultura ocidental entrasse em crise e surgisse então a hegemonia de Esparta, a cidade rival de Atenas. Roma Século I A.C. Em meio às glórias imperiais e à abastança, a família romana entra em crise quando as mães envolvidas em eventos sociais, piscinas e termas, estádios, mercados, passaram a deixar escravos cuidando de seus filhos.
De fato para dois milhões de cidadãos livres, vestidos de branco, havia sete milhões de escravos e bens em abundancia. (Convém não esquecer a revolta dos escravos sob Spartacus entre 71 e 73 A.C).
Digna de nota e com permanecia na historia foi o caso de Cornélio que numa reunião social apresentou seus dois filhos como suas jóias.
Hoje a família mais uma vez está em crise, que não poupa nem a família adventista.

Lembrando admoestações de estudiosos:
Toda sociedade que encara levianamente os laços familiares contém em si mesma os germes de sua própria destruição.
A vida familiar é a principal determinante das escalas de valores das novas gerações ao surgirem e crescerem até a maturidade.
Num contexto mais cristão podemos dizer: os lares são cidadelas e reservas morais da igreja e da sociedade. São a primeira linha de defesa contra o mal e é importante que ela seja levantada bem cedo na vida.
O Primeiro Lar, o Lar Edênico

Leiamos Gen. 2:7 – 9 Modelou (formou) o Senhor Deus (Deus Jeová) o homem da argila (Adam) do solo e soprou na sua narina o fôlego da vida. E o homem passou a ser alma (ser) vivente. E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden (delícia), do lado oriental e pôs ali o homem que formara (moldara).

Importante: Um lar para o homem na terra do Éden no lado onde nasce o Sol (Oriente). O próprio Deus “plantou” um jardim, mais tarde chamado Jardim do Senhor (Gen. 13:10).
Seria bom lembrar que os vegetais do terceiro dia da criação surgiram pelo poder das palavras, “produza a terra”. O jardim do Éden foi plantado por Deus. Continuando: No Jardim do Senhor que seria o primeiro lar terrenal, Deus fez “brotar” (verso 9): 
Árvores agradáveis à vista.
Árvores boas para comida.
Árvore da Vida.

Destaque para os 3 F’s dos cenários dos vegetais: folhas, flores e frutas, ou seja beleza com cores, odores e sabores.
Mudando o cenário: ... Que pena! O lar edênico, o primeiro lar do mundo nem chegou a ser um lar completo. Perdeu-se... Restaram reminiscências na Bíblia. Restaram nossos lares de aquém (aquém Éden) que longe subsistem a duras penas.
Sobreviverão? E o lar adventista sobreviverá? Resistirão aos ataques modernistas, às omissões, aos descuidos e erros educacionais?
É bom lembrar: alguns erros e omissões cometidos na vivencia familiar não aguardam o juízo final. São punidos duas vezes, agora e depois!

Mutações familiares
Desde a família tradicional ou nuclear formada por pais, mãe e filhos, a família tem sofrido mutações diversas:
Famílias incompletas (falta um cônjuge);
Famílias reconstruídas ou remendadas;
Famílias ampliadas onde convivem três gerações;
Famílias modernizadas com babá porque os dois cônjuges trabalham;
Famílias em que há um “dono” de casa;
Famílias com cônjuges morando separados;
Famílias falsificadas formadas por parceiros e não cônjuges.

Ainda convém lembrar aqueles que preferem viver sozinhos não assumindo responsabilidades familiares.

Mesmo em meio a tantas mutações, ainda assim convém lembrar as importantes atribuições da família:
Originar as novas gerações;
Proteger e educar as novas gerações;
Viver as novas e as antigas gerações;
Saborear as novas e antigas gerações.
Para salvar a família e permitir que ela cumpra suas atribuições é necessário prover:
Boa estruturação familiar;
União familiar;
Proteção familiar;
Boa educação familiar.

Boa Estruturação Familiar
Estrutura é o esqueleto organizacional de uma instituição seja ela família, escola, igreja, empresa ou nação.
A boa estrutura e aquilo que dá forma, sustentação, permanência e significado à instituição.
Importante: A estrutura dá forma mas com o tempo se deforma atacada pela entropia. Tudo tende a degradar-se. Não é preciso fazer nada.
No caso da família, é só deixa-la a si mesma para que se desestruture como tudo mais. Desestruturação familiar é um mal da época e fator de deseducação. É um desastre social.
A experiência ensina que as famílias estão paulatinamente perdendo o seu poder educador em boa parte por causa de sua desestruturação.

Provendo estrutura para a família

Uma boa estruturação familiar repousa em boa parte sobre o tripé: bom substrato familiar, boa organização familiar e fortes laços familiares.

Bom Substrato Familiar: O que é? É lugar para morar ou moradia (casa, mansão, tenda, iglu, etc).

Não esqueçamos: família com morada (casa) é um lar. Melhor, bom lar é família com boa morada.

Cristo quando esteve na terra prometeu moradas celestes aos seus seguidores. Lemos em João 14:2: Na casa de meu pai há muitas moradas (estão vazias). Vou preparar-vos lugar. Morada seria portanto um lugar para a família morar.

Boas moradas, Isaías 32:18. O meu povo habitará em moradas de paz, em moradas bem seguras, em lugares quietos e tranquilos. Bom lugar, boa morada, implica em boa casa (mansão ou casa simples bem cuidada) com mobiliário adequado provendo conforto, saúde, segurança, descanso, convívio o e beleza.

Bom lugar, quieto e tranquilo provendo uma boa atmosfera familiar, bom espirito de lugar marcado por companheirismo, serenidade, confiança mutua, não demasiada tensão e espirito de perdão.

Bom lugar marcado por bom clima familiar com pouco nervosismo, voz mansa, com timbre agradável e tão persuasiva quanto possível.

Completando: bom clima provendo boa leitura, boa musica, belos quadros, enfeites e ornamentos especialmente adornos morais e pessoais na forma de bons modelos vivenciais e gente boa que entende, se entende e procura entender, que perdoa!
Cuidado! Muitas vezes é nos lares que as pessoas mais se desentendem e menos se perdoam. Lares cristãos são moradas onde se respira um bom ar (ar do lar) e se confia em Deus!

Boa organização Familiar
Organizar consiste em dar a um todo a disposição necessária para seu funcionamento tendo em vista objetivos estabelecidos. Na organização familiar pessoas, eventos (acontecimentos) e cousas de modo que a família cumpra suas atribuições de originar e formar as n ovas gerações e de unir, proteger e salvar as novas e as antigas gerações. Implica em atribuir lugar para cousas estarem, em tempo para os eventos acontecerem e em modo para as pessoas procederem.

Percebe-se de imediato que ordem com lugar certo, tempo certo e procedimento certo estão de modo qual implícitos na boa organização familiar.

Indo a Detalhes Organizacionais
Horário familiar adequado e agradavelmente variado de refeições, cultos, estudos, trabalho, lazer, descanso e convivência familiar (serão familiar). Os tempos atuais requerem um esforço para conciliar horários diferentes.

Calendário familiar bem elaborado e conhecido, enfatizado dias especiais (sábados, aniversários, comemorações, encontros familiares) feriados, recessos, férias, idas ao shopping, excursões e outros eventos.

Considerando a faixa etária e a capacidade dos filhos, atribuir deveres e responsabilidades, a cada um, lembrando que contribuem para a futura eficiência vocacional.

Com sabedoria, instituir um sistema de disciplina gentil e persuasiva através de aconselhamento, admoestação e advertência. Indicar e exemplificar caminhos familiares para trilhar e limites comportamentais para não passar. Ignorar ou não respeitar, assim como não propor o não impor limites são defeitos desta geração.

A seu tempo, instituir um conselho familiar para avaliar procedimentos, elaborar orçamentos, supervisionar gastos, estabelecer mesadas e fazer planejamentos.

Em termos financeiros convém não esquecer que dividas impagáveis, gastança desbragada, perdularidade e negócios mal feitos têm arruinado famílias.

Convém não esquecer que capacidade organizacional requer:

Competência administrativa tanto quanto é requerida para administrar qualquer instituição e é construída sobre estudo, esforço e trabalho.

Coerência, pedra angular da educação e da administração. Coerência entre o que fala, o que é e o que faz. Quando promete, cumpre e quando exige dá o exemplo.

Sensibilidade, bela virtude. É a capacidade de ser simpático, empático, de sentir como. É a capacidade de ler entre linhas comportamentais, de ler expressões fisionômicas, de ler a Gestalt (contexto).


É a capacidade de lidar com as varias faixas etárias presentes numa família; desde o nenê até o adolescente e o jovem.

Um exemplo de habilidade organizacional obtive na minha própria família quando meu pai, em dezembro de 1936, planejou conosco sua viagem a Buenos Aires para participar do Concilio da Divisão Sul-Americana da IASD que naqueles idos tinha sua sede em Buenos Aires, no bairro de Belgrano. Na viagem, seriam percorridos os quatro estados sulinos, o Uruguai e a Argentina, e duraria três semanas.

O retorno estava previsto para a quinta-feira antes do natal e havia a promessa de trazer frutas secas e guloseimas da Argentina. A mim coube a tarefa de, com a minha bicicleta, aguardar a chegada de meu pai na quinta-feira no ponto de bonde perto de nossa casa. Morávamos em Santo Amaro.

“Mas a que horas” - perguntei lembrando que os bondes de São Paulo chegavam de 20 em 20 minutos. “No bonde das 10:20” – respondeu meu pai lembrando que o bonde passaria uns dois minutos antes no ponto próximo da nossa residência.

Explicando melhor, meu pai disse que voltando da Argentina embarcaria em Santa Maria, no trem do sul na segunda-feira e sua chegada em São Paulo seria numa quinta-feira às 9 horas da manhã.

“Terei tempo suficiente para chegar de bonde na Praça da Sé e tomar o bonde das 9:40, que chega em Santo Amaro (Largo Treze) às 10:20. Portanto é só chegar ao ponto de bonde um pouco antes das 10:20 na quinta-feira” – disse ele.

“Será que isso vai dar certo?” – pensei comigo.

No dia marcado, três semanas depois, apanhei a bicicleta depois de limpá-la bem e me dirigi ao ponto do bonde pouco depois das dez e fiquei aguardando.

Faltando dois ou 3 minutos para as 10:20, o bonde amarelo apontou na curva a uns três quarteirões abaixo e rapidamente se aproximava. Será que vai parar? Nesse instante escuto o apito do bonde. Agora eu tinha certeza que iria parar porque os motorneiros tinham o costume de acionar os apitos quando alguém pedia parada.


E de fato parou. E meu pai vestido de terno, chapéu e guarda-pó, desceu carregado de bagagens que ajudei a transportar. Chegou três semanas depois no dia, hora e minuto marcado depois de haver viajado por quatro estados e dois países.


Tivemos um bom natal e uma forte demonstração de planejamento e organização. Lembrança dos dias idos, alegremente vividos e nunca esquecidos.

Fortalecendo Laços Familiares
Preservar e manter fortes laços familiares, especialmente entre pais e filhos contribui fortemente para a boa estruturação familiar. Esses laços devem ser mantidos fortes por toda a vida e para isso o papel desempenhado pelos pais no lar é importantíssimo para a família, igreja, sociedade e para o destino das pessoas.

Mais no passado se ouvia e se lia frases como esta: teus (nossos) filhos foram o que foram porque tiveram os pais que tiveram. No caso de um mau resultado educacional seria um terrível libelo.

Poderia ser atenuada um pouco a responsabilidade de tais pais dizendo: nossos (teus) filhos foram o que foram porque tiveram os pais que tiveram, herdaram a genética que herdaram, estudaram na escola que estudaram e viveram no mundo que viveram.

Ainda assim percebe-se que a responsabilidade dos pais é enorme. Façamos algumas reflexões em torno de laços familiares:

Laços conjugais: Devem ser preservados a todo o custo para o bem da família. Não são laços de sangue, são laços com textura sentimental formal, hormonal e outras e devem ser cultivadas inclusive para terem textura racional. Como?

Revitalizando os laços conjugais através de comemorações, eventos especiais, lembrança como pode ser o caso de encontros de casais promovidos pela igreja. Vigilância mútua do gênio lembrando que o mau gênio pode fazer grandes estragos emocionais. No caso é bem adequado o tríplice conselho:

“Em público, vigia tuas palavras; Em família vigia teu gênio; A sós vigia teus pensamentos.”

Muito cuidado com novas ideias, modismos, maus exemplos, insinuações e tentações novas e velhas sugeridas e impingidas pela mídia para evitar o ataque do demônio do meio-dia que ataca casais novos e dos demônios da tarde que atacam sem piedade casais mais idosos.

Laços Paternos: Pai, pequena palavra mas cheia de significados que começa com “P” a terceira consoante infantil (B e M são as outras duas). Que privilegio, que benção ser um bom pai! Não há glória maior mundana que compense o fracasso como pai no lar.

Dizia velha canção: Prefiro ser bom pai a ser presidente. Prefiro ter bom lar a ser senador!

Pai, líder religioso da família, pastor do pequeno e lindo rebanho familiar e como tal conhecedor de caminhos, tempos, estações e águas tranquilas com boas condições de prover moradas de paz para os seus.

Pai, interpreta e encarna o filosofia de vida, os ideais da família. Com autoridade e competência fala para a família e em nome da família.

Lembrando Josué na sua despedida do povo de Israel (Josué 24:15): “Escolheis hoje a quem sirvais: Ao Senhor ou aos deuses da terra ou aos deuses de além do rio (deuses da terra seriam os deuses do Brasil, os deuses de além do rio seriam os deusas da Europa, América do Norte, África...). Mas eu e minha casa serviremos ao Senhor (Jeová).”

Pai, traça e exemplifica na família as linhas mestres do caráter cristão. Um modelo de carne e osso para ser imitado. Pai, uma fonte de boas ideias e de salvação, de virtudes e de valores: Cavalheiro, cortês, respeitoso e amadurecido. Varonil, mas não machista. Forte, mas não rude. Um baluarte no lar.
O último a cansar-se, desanimar, impacientar-se e o quanto possível o último a adoecer. Versado na arte e na ciência de administrar, organizar, ou seja, dirigir e coordenar o esforço humano a nível familiar. Apto na arte de multiplicação dos pães! Um primus inter pares, ou seja, um primeiro como pai, mas um entre iguais.

Laços maternos: São os mais fortes laços humanos “escritos” em vermelho vivo de sangue. Mãe, outra bela e curta palavra da nossa língua começando com “M”, a segunda consoante infantil (consoantes infantis são as consoantes que primeiro são pronunciadas pelas crianças) e completada com vogais anasaladas “a” e “e” (não é).

Mãe. Quanta doçura estão nela envolvidas, quanta profundeza sentimental. Que solene é ser mãe de seres viventes: Mãe de alguns filhos ou de um que seja. Depois avó de netos e bisavó de bisnetos... e assim prosseguem as sucessivas gerações.

O texto de Gênesis 3:20 faz lembrar Eva. “E chamou Adão o nome de sua mulher Eva porquanto era a mãe de todos os viventes (Eva provém de uma antiga palavra hebraica Mãe)” Que privilégio e que responsabilidade, não só originar mas acompanhar de perto novos seres viventes, primeiro em seu próprio corpo por nove meses e depois em seu lar e a principio ao seio e no colo (ação educacional a curta distancia).

Acompanhando, limpando, carregando, banhando, acariciando, sorrindo, falando, amparando os primeiros passos. Cantarolando, cantando as primeiras canções. Falando as primeiras palavras e contando as primeiras histórias.

Respondendo as primeiras perguntas amando! Acompanhando para a escola, supervisionado as lições de casa. Renunciando a muitas cousas boas da vida como passar meses e meses sem dormir noites completas...e ainda assim não se cansando.

Isso tudo não pesa, é seu filho. Ela gosta, ela ama e por isso os filhos gostam dela. Segundo a conselheira familiar Ellen G. White, depois de Deus o poder de uma boa mãe para o bem, é a maior força conhecida na terra. Nem aos anjos do céu foi dado tal privilégio.

Quem não se lembra de uma boa mãe? Possivelmente de sua mãe? Quem não se lembra de mães como Joquebede, mãe de Moisés, Jedida, mãe do bom rei Josias, embora fosse esposa do ímpio rei Amom. Quem não se lembra de Maria, mãe de Jesus? Para encarnar Deus precisou de uma boa mãe terrena. Quem não se lembra de Cornélia, a mãe virtuosa de Roma antiga que num evento social destinado a apresentar joias, apresentou seus dois filhos como sendo suas joias?

E as mãos dos lares dos pioneiros da Igreja, como as duas Augustas esposas dos dois Johns fundadores do antigo Colégio ou das Irmãs entre elas minha mãe! Quanta luta naqueles idos e nunca uma queixa. Na verdade sempre promovendo o desenvolvimento do amor, da bondade, da virtude.

A boa mãe ama profundamente e até a sua voz é doce e tem um timbre diferente. O quanto possível da é o encanto do lar através da feminilidade, da diligencia com ordem, limpeza e beleza. Através do bom espírito e da boa comida que sempre apetece, nunca enjoa e nunca se esquece.

Mãe. Que poder tem nas mãos! Devemos sempre orar para que Deus proteja e oriente as mães adventistas dando-lhes saúde e alegria.

Laços Filiais
Filho, a principio bebé onde aparece “B”, a primeira consonante infantil.
Fortalece laços filiais também é de suma importância para a boa estrutura familiar.
Paulo escrevendo aos Efésios diz: Filhos sede obedientes a vossos pais isto e justo. Honra teu pai e tua mãe para que te vá bem e vivas muito. E o primeiro mandamento com promessa (Efésios 6:1). Ainda de Paulo lemos em Efes. 6:4 “Vós pais não irriteis vossos filhos para que não percam o ânimo”.

Ser bom filho. Ter bom filho é também uma maravilha. Ha bênçãos especiais para eles reservados e que envolvem a personalidade como um todo e a própria vida. O bom filho tem uma marca especial e por ela fica marcado.
Pesquisas evidenciam que bons filhos geralmente tem bons pais e procedem de bons lares e tem maiores chances de formar lares e de terem bons filhos.
Filhos problemas tem menores chances de formar bons lares e de terem bons filhos. Estão sujeitos a pagar nesta vida, com seus filhos (se os tiverem) os erros que cometeram. Este é um dos castigos que não esperam o juízo final.

Laços Fraternos
São outros laços desejáveis na preservação da boa estrutura familiar. Ter bons irmãos. Ser bom irmão. Que bom ser bom irmão, que bom é ter bons irmãos. Quanto burilamento social resulta da boa convivência fraternal!

Laços Parentais 
Boa parentela também conta na preservação da estrutura familiar. Bons avós, bons tios, bons primos, justamente com bons pais, boas mães, bons filhos e bons irmãos fazem maravilhosa combinação que permitirá á família permanecer estruturada face aos tempos modernos e pós-modernos. Preservar bons laços familiares e parentais deve ser a grande preocupação das famílias adventistas.

União Familiar
Parece obvio que a união familiar contribua para a boa estruturação da família. Alias, uma das atribuições da família é unir as novas é as antigas gerações e nessa união está implicitamente outra atribuição da família que é a de salvar as novas e as antigas gerações.
Em Salmo 133:1 lemos: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos como irmãos!” Se a união é boa para irmandades em geral, quanto melhor e será a convivência familiar.
É bom lembrar: uma família unida dificilmente será vencida.
Uma boa pergunta seria: Como unir a família? Respondendo: Uni-la em torno de ou sobre bons pilares. Mencionaremos alguns:

1) Unir a família em torno de um ideal familiar perguntando, porque existe a família? E uma boa razão para a sua existência seria ser uma benção, inspiração e modelo para outras famílias. Ser uma bíblia viva para vizinhos, amigos, comunidade, igreja.

2) Construir a união familiar sobre uma adequada visão do mundo (modo de ver o mundo e de se ver no mundo), sobre uma boa filosofia de vida.

3) Construir a união familiar sobre sadios princípios de vida “assentados” no coração. Sobre um código de ética familiar construído sobre veracidade, honestidade, fidelidade, responsabilidade, moralidade, boa compostura cristã. Guiar-se por princípios é sem dúvida a mais elevada maneira de viver.

4) Construir a união familiar em torno de um bom nome. Que muito mais que o sobrenome, implica em boa reputação, respeito, consideração e reconhecimento.

5) Estabelecer união familiar através de companheirismo, o ingrediente mágico, a “cola” da união familiar. Companheirismo do latim cum pane que quer dizer “comer pão juntos” (a mesa). Companheirismo que quer dizer partilhar (dividir com), compartilhar (dividir com satisfação), comungar (ter em comum), ter parte com, ser parte de. Companheirismo significa ter em comum espaços (juntos em algum lugar), tempo (juntos algum tempo), ou melhor, juntos algum tempo em algum lugar. Companheirismo significa partilhar palavras, fala, trivialidades, novidades, comentários, em suma, significa conversar. Companheirismo é partilhar (compartilhar) gostos, apreciações (música, leituras, viagens, lazer, esportes, hobbies), interesses, opiniões, ideias, ideais, crenças, conhecimentos, boas lembranças, sentimentos, consciências, segredos e serviço (servir juntos).

O companheirismo é enriquecido com o serão familiar, a antiga conversa ao pé do fogo, uma reunião familiar informal, agradável, participativa, comentando, discutindo eventos, novidades, amenidades, fatos relevantes, tornando-se eventualmente um fórum familiar discutindo comportamentos, procedimentos e caminhos a serem seguidos pela família.

Em junho de 1938, quando interno no Colégio Adventista, ao se aproximarem as férias recebo carta de meu pai (residiam em Curitiba) informando que não poderia me esperar na estação de Curitiba pois viajaria para o norte do Paraná no dia da minha chegada. Contudo, poderemos ver-nos, escreveu ele, pois o trem em que vou viajar vai cruzar com seu trem que vem de São Paulo na estação de Caiacanga, as 16:15. O meu trem estará parado aguardando a passagem do seu trem que não vai parar. Vou estar na plataforma do vagão dormitório, que é o último e você na janela do seu carro, do lado esquerdo, poderá me ver de relance quando seu trem passar.
Companheirismo. Pedra angular da união e da boa vivencia familiar.
Com companheirismo se ensina, se aprende e se pratica o que se ensinou.
Proteção por supervisão amorável, discreta e vigilante restrita não apenas aos primeiros anos, mas atingindo ate a maturidade.
Supervisão com proteção contra invasores modernos, contra os modernos “bárbaros”. Nada de vivência familiar como “casa aberta” ou “casa sem muros”. Cuidado com amigos inconvenientes, com a colegiada, com a molecada, com a mídia despudorada, com a “tele lixo”, com a internet pervertida, com modismos bizarros.

Supervisão com proteção contra a fantochização, contra o plagio existencial inconveniente como a imitação negativa (maus modelos) evitando tornar-se mero fantoche, xerocopia de alguém ou de outro, mero marionete manobrável ao saber das circunstancias ou de caprichos fúteis.

Quando fui diretor interno no IAE, recebia frequentemente a visita de um pastor distrital do interior que tinha dois filhos, um rapaz e uma moça, como alunos internos da escola. Queria saber do seu comportamento e eu sempre afirmava ser exemplar.
Um dia, depois de muitas visitas, eu lhe disse: “Não precisa se preocupar tanto, pois eles são de muito boa índole”. Ele me respondeu: “Continuo me preocupando porque quero que mesmo sendo bons continuem bons. Prefiro perder-me no inferno a perder os meus filhos”!

Boa vivência familiar, valor sagrado da cultura adventista. Em muitos aspectos, a cultura adventista é uma contracultura da cultura secular (do presente século). Em muitos casos ela está na contramão dos procedimentos do dia-a-dia moderno.

Nossos lares de aquém (aquém Éden) despertam reminiscências e boas lembranças. Despertam saudades dos lares que já se foram. Por exemplo, quantas lembranças dos dias idos no meu velho lar. Como era bom nele estar!
Aristóteles e o bloco de mármore. Fala-se que Aristóteles passando com seus discípulos diante de um bloco de mármore filosofou: de dentro desse bloco de mármore pode ser solto um anjo ou um demônio! E evidente que se referia ao modo de burilar o bloco. Pode-se logo inferir que a boa educação é para o ser humano aquilo que o adequado burilamento é para o bloco de mármore tendo em vista soltar um anjo.

Miguel Ângelo e o bloco de mármore branco. Conta-se também que cerca de dois mil anos mais tarde, quando Miguel Ângelo burilava um bloco de mármore alguém lhe perguntou: que fazes Miguel Ângelo? Ele respondeu: estou soltando ao anjo de dentro do bloco.

Espiritualizando, pode-se sugerir que educação é em boa parte urna arte e que o educador é em muitos aspectos um artista capaz de esculpir e burilar o espirito humano, de modo a "soltar um anjo".

O longo caminho. Consideremos para reflexão o texto bíblico de Provérbios 22:6 que assim reza: "Ensina ao menino (criança) no caminho que deve andar e ainda quando envelheça não se desviará dele".
No exercício das atividades relacionadas com a educação familiar há que considerar: Religião (Bíblia), Caráter, Saúde, intelecto, Lar, Lazer, Cidadania e Vocação se se tratar de um contexto educacional adventista.

São notáveis as palavras de Davi no Salmo 139:14 a 16 onde lemos: "De modo assombrosamente maravilhoso me formaste... quando no oculto me formaste (no oculto formava-se uma obra prima). Teus olhos me viram ainda substância informe (fase mórula ou amora, do embrião formado por células tronco). No teu livro (código genético ou a linguagem de Deus segundo Francis Collins) foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado quando nenhum deles havia ainda!" (Havia dia, hora, minuto para a formação de cada célula!)

Cabe à educação familiar já acompanhar o desenvolvimento do novo ser e da sua mãe desde a concepção (e mesmo bem antes) até o nascimento para que nasça bem.
E nascer bem é nascer sendo esperado e já querido e receber um bom nome, um bom lar e boa cidadania (bom país).

Imitando, memorizando, criando e mudando comportamentos, os pequenos vão crescendo e se desenvolvendo. Para isso contribui o rápido desenvolvimento do cérebro que com dois anos já tem o seu peso normal, enquanto o corpo só alcançará seu peso normal com 25 anos. Ainda durante os primeiros anos e até a meninice, os neurônios se cobrem de uma camada de mielina que acelera os processos mentais facilitando o desenvolvimento. Convém não esquecer que com 16 meses a criança já tem a metade da altura que terá quando adulta.

Começando a andar
Os primeiros movimentos começam apos o nascimento e mesmo antes. Aos 2 meses o bebe executa as primeiras flexões, aos 4 meses levanta a cabeça, aos 6 meses levanta a cabeça e o tórax e se apoia sobre as mãos. Aos 8 meses se assenta, aos 10 meses engatinha (fase importante). Com um ano caminha e com um ano e meio corre. Com dois anos sobe escadas, com quatro se mantem sobre um pé só e com cinco é capaz de pular cordas. Assim um novo caminhante inicia a longa caminhada da vida (se viver 80 anos terá caminhado quase a distancia da terra á lua).
Importante. A boa fala modela o espírito. A pronúncia intencional de uma palavra abre um caminho neural no cérebro.

Os primeiros anos de vida
As crianças feras como o menino-lobo Peter de Hannover na Alemanha (1789) ou Ramu, na Índia (anos 80) só grunhiam ou latiam e andavam como quadrúpedes porque entre feras viveram.

E.G.White: As experiências da infância entremeiam as demais experiências da vida até a velhice (na infância são postos os fundamentos do caráter). Por isso, educando pequenos ou ensinando a educar pequenos, muitos se tornaram grandes como Pestalozzi, Froebel, Maria Montessori e outros. Da mesma forma, muitos pais e mães se tornam "grandes" educando bem os seus "pequenos".

É sobre a felicidade da criança no seu mundo infantil cor-de-rosa que é construída sua felicidade futura no mundo real. Reminiscências e saudades de eventos ocorridos na infância muitas vezes acompanham a vida até o fim. Permanecem "indeléveis" no relicário da memoria.
Não esquecer que nos primeiros anos tudo se passa como se os pais estivessem no lugar de Deus e os pequenos imaginarão Deus através do trato com os pais e dos pais com os outros e entre si. A Igreja através da Escola Sabatina com suas divisões por faixas etárias ajuda muito as famílias!
Cenário de beleza e harmonia de sons (boa música) e cores (belos quadros, paisagens).
Pesquisas chegaram a mostrar que comportamento, inteligência e mesmo a bagagem genética (QI) respondem bem a bons ambientes. Isaias 32:18: "O meu povo habitará em moradas de paz, em moradas seguras, em lugares quietos e tranquilos".

Não esquecer do rastreamento celeste (oração).
Basta lembrar que nos primeiros anos de vida o julgamento moral da criança é completamente dependente do dos pais. Quando entra na escola, no seu julgamento moral começam a influir os primeiros professores, colegas e amiguinhos.

Da mesma maneira a formação básica iniciada no lar (que deve ser continuada na escola) pode sofrer forte descontinuidade graças a novas atividades, novas práticas, novos modelos pessoais e ambientais e novo contexto que poder ser bastante diferente do existente no lar.
Ocorrem agora, justamente nessa fase, dois eventos básicos da vida, ler e escrever, que conduzem aos processos fundamentais sobre os quais tudo o mais repousa no mundo moderno no qual não ha lugar para civilizações ágrafas. Agora, o ler e escrever, ao contrario do andar e falar requerem aprendizagem e a escola é um espaço onde ela ocorre bem nos primeiros anos.

A base da leitura e da escrita tradicionalmente tem sido estabelecida pelo processo chamado alfabetização. Consiste em estabelecer uma relação entre sons falados (fonemas) e símbolos escritos (grafemas como riscos, rabiscos, garatujas), ou seja, procura-se estabelecer uma relação entre sons e letras de um código, o alfabeto, por processo de codificação e decodificação que acaba conduzindo a associação entre sons (fonemas) e letras (grafemas) que permitem o desenvolvimento do ler o do escrever palavras e frases.
Muitos pretendem que este processo chamado de letramento substitua a alfabetização.

Marcas da boa escola
Há quatro marcas que podem permitir a formação de juízo a respeito de uma escola e da educação que oferece:
A participação nas associações lar-escola é importante e mais importante ainda é tentar neutralizar em casa possíveis deficiências detectadas.
Cabe também uma consideração sobre o substrato espiritual, o espírito reinante, o clima social, o "ar" respirado, que devem propiciar um lugar gostoso de estar, de nele conviver e de a ele querer voltar.
O bom ensino está especialmente colocado sobre o bom professor que é o cerne do bom ensino. O bom professor é o professor competente, reconhecido e contente, companheiro e marcado por fina compostura. Um bom modelo para imitar "desfilando" diante dos alunos no palco do cenário escolar. O bom professor é professor-espelho da boa educação nos quais os alunos podem espelhar-se. E triste quando alunos dizem: não consigo me espelhar naquele professor. O bom professor é aquele que ensina bem tanto pelo que ele sabe quanto por aquilo que ele é! Por seu caráter!
Direção. Boa direção é outra marca a ser procurada na escola porque em boa parte a boa direção contribui para que o bom professor seja de fator bom. Bons diretores, assessores, coordenadores, pessoal de apoio, marcados por competência, integridade e sensibilidade engrandecem a escola.
Um dia se entenderá o alcance de todo principio correto defendido e vivido no contexto educacional. Um dia também se verá o efeito de toda omissão e erro educacional cometidos. Em muitos casos não aguardam o juízo final podendo ser punidos duas vezes. Confiemos na Educação Cristã Adventista, seja no lar, seja na escola!
Do outro lado do espectro: apatia, desfibramento, displicências com causas importantes como tempo e saúde,
Cabem bem as palavras do Mestre em Mateus 11:17 e 18: "Mas a quem assemelharei esta geração? É semelhante a meninos que assentam nas praças e chamam aos seus companheiros e dizem: Nós vos tocamos flauta, e não dançastes; entoamos lamentações e não pranteastes."
E marcante a passagem do ensino fundamental para o ensino médio que abre mais as janelas para o mundo e para a vida permitindo tomar consciência de novas responsabilidades e eventos na futura agenda vivencia!.
Também entra em cena a construção de uma visão do mundo (filosofia de vida) que no caso do jovem adventista é uma verdadeira cosmovisão teísta, criacionista, cristã e adventista, e isso em meio a outras tantas visões possíveis, como visões materialistas, existencialistas, comunistas e mesmo anarquistas e niilistas.
Escolaridade deficiente. Retenção por maus resultados acadêmicos vida escolar tumultuada e escolas deficientes que mais instruem e informam do que educam e formam, também estão na raiz da crise. Há escolas que até deformam e "escolam" mais do que escolarizam. Educar mesmo nem de longe. Massificação com a consequente despersonalização parece ser outra marca da educação atual.
A norma parece ser: quanto maior melhor, em vez de quanto melhor, melhor! Seria bom lembrar Bill Gates que disse: "o tamanho trabalha contra a excelência." Não é fácil uma escola grande tornar-se uma grande escola.
Segundo psicopedagogos, modelos se nos constituem mais eficazes meios para criar ou modificar comportamentos.
Convém não esquecer a importância dos modelos ambientais (ambiências familiares, escolares e cenários) e dos modelos formais que compreendem estruturas linguísticas (livros), configurações (ordem, organização) e figuras coloridas ou não, movimentadas ou não que transmitem novas respostas ao comportamento (cinema, televisão, etc.).
E fácil concluir que modelagem má ou fraca prejudica o desenvolvimento nos primeiros anos inclusive nos primeiros anos da adolescência.
Que fazer para que as novas gerações façam com segurança a travessia dos anos cruciais e assim salvar nossas famílias?

Enquanto Abraão peregrinava na terra prometida Deus lhe disse: se tu uma benção.

Um belo pensamento: Faze o mundo melhor porque viveste nele. Faze a humanidade mais feliz porque fizeste parte dela.

Por exemplo, a nossa visão é:

Teísta: onde Deus está a cima e além de tudo.

Criacionista: onde Deus é o Criador de tudo.

Cristã: onde Deus é o Salvador.

Adventista: onde cremos que Ele voltará.

Companheirismo mesmo á distancia por médio de cartas, cartões postais, telefone, internet e situações inusitadas como a que envolveu meu pai e eu em junho de 1938 e que costumo chamar de “encontro em Caiacanga”, que passo a descrever:
Dito e feito. Conforme fora planejado, ao nosso trem se aproximar de Caiacanga, vi ao longe o trem noturno parado e sua locomotiva resfolegando. Mais um pouco e o trem em que vinha passa pela estação rapidamente e de minha janela olhando para fora, vejo na plataforma do último vagão a silhueta de um homem de chapéu, terno e guarda-pó. Era meu pai. Quando passamos um pelo outro só pude gritar “Boa viajem!” e ele respondeu, “Tua mãe te aguarda em Curitiba!”
E assim foi, enquanto ele continuava a viajem pelo trem noturno, as 18:30 chegava em Curitiba e minha mãe me aguardava com boa recepção que incluía banho quente de banheira, salada de frutas, pão fresco e cuca. “Encontro em Caiacanga”, de fato uma forma inusitada de companheirismo familiar que nunca mais esqueci.

Perguntam-me às vezes: Qual o segredo da boa vivencia familiar?
Pergunto eu: Quantas palavras quer que eu use? Serve uma só? Serve!
Respondo: companheirismo.
Companheirismo. Fortalece e colore laços familiares. Tingem de azul e rosa os laços vermelhos de sangue. Fortalecem laços sentimentais inclusive os laços conjugais que muitas vezes se rompem.
Companheirismo. Dá forma e permanência a relacionamentos. Previne distrações, dá segurança. Convém repetir:
Sem companheirismo, não se aprende e se ensina mal o que se ensina.

Com companheirismo se aprende melhor porque se pratica o que se aprende. Aprende-se a aprender e a não desaprender.

Proteção Familiar
Os seres humanos foram criados de modo a não poderem percorrer sozinhos ou mal acompanhados os primeiros trajetos da vida até a maturidade.

Uma das atribuições da família é justamente proteger e salvar as novas gerações, por isso lares adventistas devem prover proteção e precisam ter proteção.

Lares adventistas devem ser munda a parte mais que partes do mundo, no mundo, mas não mundanos. Devem ser o quanto possível reservas morais, enclaves espirituais, mais domínios que condomínios.

Uma boa supervisão amorável, o senso mutuo de presença é importante. Cabem perguntas:

Onde esta minha gente?

Onde estão meus filhos?

Com quem estão eles?

Que estariam fazendo?

Uma boa regra de comportamento seria: todos sabendo onde todos estão e todos sabendo o que todos estão fazendo.

Enfim, proteção contra o desastre de alguém acabar não sendo mais ele mesmo.

Convém lembrar que as melhores formas de proteção familiar contra invasores indesejáveis e contra a fantochização seriam:

Prover bons modelos pessoais de carne e osso a começar pela própria família e pessoas relacionadas como seria o caso de um bom pai, boa mãe, bom amigo.

Estabelecer fortes laços familiares lembrando que laços familiares fortes protegem muito. Lembrar que companheirismo protege a família e como protege!

Proteção pela oração e por rastreamento celeste acionando a Divina Providência, anjos ministradores e anjos da guarda.

A oração é essencial hoje e se constitui na primeira linha de defesa do lar formando uma “cerca” em torno da família (White, Lar Adventista, pg. 177).

A oração afasta os demônios da manha e do meio-dia que rondam os lares atacando adolescentes, jovens e novos casais.

Mais oração, menos “castigo” (castigo de vida), mais oração, menos perigo. Por exemplo, não posso esquecer-me das orações em nossa casa mencionando 18 nomes familiares além de outros e da minha oração das 23:00 no IAE em favor das centenas de alunos dos cursos noturnos que saíam da escola para enfrentar os perigos da periferia.

Proteção para a família como um todo. A oração e o rastreamento celeste também protegem a família permitindo que ela cumpra suas funções de proteger seus membros, especialmente os filhos.

Que tal um quadro na porta da casa com os dizeres: “Este lar e protegido por Deus, via oração”.

Lembro-me de um quadro em nossa casa com os dizeres: “O Senhor proteja esta casa e todos os que nela entrarem ou dela saírem” (escrito em alemão).

Proteção familiar por intercessão via oração. A intercessão, de suma importância, implica na existência de uma autentico sacerdócio familiar, com o objetivo de, como Cristo, estabelecer mediação em favor de seus membros.

A intercessão via oração, feita com fé, muita fé, pode ter forma habitual ou forma especial (em casos muitos especiais), quando feita a sós, em voz alta se possível, em conversa franca com Deus.

A intercessão se preocupa:

Com os que estão bem para que assim continuem,

Com os desviados para que retornem,

Com os indiferentes para que caiam em si,

Com os doentes para que sarem.

Proteção familiar. Não esqueçamos que famílias unidas e por Deus protegidas jamais serão vencidas.

Concluindo
Nossos lares de aquém deveriam ser, o quanto possível remansos nas corredeiras da vida. Quanto possível, um antegozo do lar de além. Lar e boa vivência familiar são assuntos sérios de felicidade, salvação e destino.

Um dia se entenderá o alcance de todo princípio correto defendido e vivido em nossos lares. Um dia se saberá por que muitas coisas foram como foram.

Que Deus abençoe e guarde lares, famílias e pessoas da nossa igreja.

Educação é o processo de desenvolvimento harmonioso e integrado das potencial idades de uma pessoa á luz de uma visão do mundo e do homem no mundo. Os seres humanos nascem com potencialidades ou capacidades a desenvolver. Nascem educáveis, não educados. A educabilidade humana é obra divina mas a educação é obra humana.

Escola é um espaço ou um lugar onde se ensina ou se educa. Pode ser um prédio, uma sala, uma casa de família, a sombra de uma árvore ou mesmo a rua.

A expressão educação familiar sugere que o lar (família + casa) é uma escola! Na verdade o lar é a mais importante escola; na vida, é a escola primeira!

Do berço a maturidade as crianças devem ser educadas na escola do lar
Os pais são os primeiros professores

A mãe era primeira maestra
Eventos na longa jornada. Milhares de eventos ocorrem ao longo dos anos, mas alguns podem ser considerados muito.

Importantes: nascer, andar e falar, ler e escrever, ajustamento existencial na adolescência, casamento, nascimento dos filhos,

Nascimento dos netos (eventualmente bisnetos).

Períodos cruciais. Na longa carreira da vida há também períodos considerados cruciais como: primeiros anos de vida, primeiros anos escolares e primeiros anos da adolescência.

Para beneficio das famílias a educação familiar deve se envolver com todos eles. Com isso se torna muito amplo o escopo da educação familiar sendo recomendável criar um "ministério de educação" no lar com o objetivo de promover uma boa educação familiar, ou em outras palavras, soltar o "anjo" de dentro das pessoas pertencentes as novas gerações.

É tarefa complexa e desafiadora que requer competência e muita dedicação porque no caso, se algo poder ir mal, irá.

Primeiros anos de vida. Fazem parte da infância e começam com o nascimento que marca o fim do período de gestação que normalmente dura nove meses. No oculto do corpo da mãe, ocorrem assombrosas maravilhas no desenvolvimento de um novo ser humano a partir da concepção.

Nos primeiros anos, de acordo com Quintiliano, grande professor de Roma, três qualidades distinguem a criança:
boa memoria
capacidade e desejo de imitação
modificabilidade de comportamento

Não esquecer. O caminhar é um dos melhores modeladores do corpo e fator de saúde e longevidade junto com boa herança genética, qualidade de vida e alimentação sadia.

Começando a falar: uma maravilha! Os seres humanos parecem programados para falar. Não é necessário ensinar; basta conviver com criaturas falantes.

Ao nascer o bebe chora. Com um mês produz sons vocais e guturais. Com dois meses sorri. Com três gorjeia - diz "a", "au" (vogais), com quatro d, com sete usa consonantes na frente de vogais como ma, pa. Geralmente começa com as chamadas consonantes infantis, "m", "p", "b". Com onze meses diz mama, papa. Com ano e meio nomeia objetos. Com um ano e nove meses forma frases com três ou quatro palavras. Com dois anos conhece seu nome. Com três emprega o plural. Com quatro usa pronomes (eu, tu, você). Com cinco fala bem, tão bem quanto bem falavam os que ele ouvia.

Falará qualquer língua se entre falantes daquela língua viver (Sânscrito, por ex.). Falará como erudito ou caipira se entre eruditos falantes ou caipiras falantes viver.

A boa fala cinzela e lapida a face ao mover os músculos que a formam.

Conselhos ás mães de filhos recém-nascidos:

"Converse" com o bebé desde o nascimento

Ao falar, pegue-o no colo, acaricie-o

Ao falar use diferentes tons de voz

Ao ele produzir sons, repita-os

Cantar, cantarolar, contar historinhas mesmo antes dele entender são muito desejáveis.

Importância dos Primeiros Anos
1. Estudos, observações e a experiência tem concluído que o mundo real do adulto é em boa parte construído sobre o mundo da criança, bom ou mau.

Não se deixa a infância como quem sai do quarto e apaga a luz. Muitas marcas continuam ao longo da vida. Sempre fica um pouco da criança em cada um!

Édouard Claparede (educador, 1873-1940) afirmou: "E para o mundo da criança que a educação deve ser encaminhada, pois é dele que tudo o mais irradiará."

O exemplo dos pais (modelos)

O tipo de relacionamento com pais e irmãos.

Os ensinamentos dos primeiros anos
Parece bem claro que uma infância felizé um dos segredos para uma vida feliz.

Exemplo: Meu pai empinando pandorgas de noite com lanterna de carvão acesa na cauda. Nevasca em Curitiba em 31-07-1929 e o boneco de neve feito por meu pai no jardim. Não posso esquecer.

Relembrando: na educação adventista as atividades educacionais na infância devem cogitar de - Religião, Caráter, Saúde, Intelecto, Lar, Lazer, Cidadania e Vocação.

Tornar Deus e a Bíblia conhecidos ao pequeno. A apreciação das historias bíblicas e das lições que elas ensinam contribuem para bem cedo formar o pequeno crente.

2. Já nos primeiros anos introduzir o pequeno a uma correta compreensão da natureza como obra de Deus.

Quem fez as lindas, flores, bem sei que não fui eu.

E. G. White - A natureza quando entendida abranda (entender que está marcada pelo pecado, pelos pecadores). Nos primeiros anos de vida é tempo de começar a abrir as páginas do 2º livro de Deus, o livro verde-azul da natureza, procurando levar o , pequeno a extasiar-se diante do grande centro audiovisual de Deus com sua beleza, cores, aromas e sabores. O amor á natureza, a exposição à beleza despertam finas percepções e sensibilidade, essa grande virtude humana. O trato com bichinhos de estimação vivos ou de pelúcia, com jardim, plantas, flores, fragrâncias e sabores enobrece, refina e leva bem cedo ao respeito pela vida em todas as suas formas. Tem inclusive valor ecológico. Bem dizia Federico da Prússia: "Quem ama as plantas e os animais entende melhor os homens!”.

3. Exposição a bons modelos (exemplos). A exposição a bons modelos ou exemplos pessoais vivos a começar pelos pais, familiares e conhecidos em evidencia é o melhor modo de ensinar nos primeiros anos. Os pequenos tem boa memória e vontade e capacidade de imitação.
A coerência entre o que as pessoas ao redor fazem e falam, fala subliminarmente aos pequenos, ou seja, fala "sem falar". (Brandura, psicopedagogo americano). Viver bem diante dos pequenos, para que vendo e ouvindo, eles também vivam bem, é uma boa norma. Aqui está em evidencia outro grande C da educação - Coerência entre o que se fala e o como se vive. Os pequenos são muito sensíveis a incoerências.
Bom espírito de lugar. Boa atmosfera vivência.

4. Prover proteção - Para o bem da formação moral precoce, prover proteção contra os ataques da mídia (tele lixo, internet pervertida, etc.) e dos maus exemplos (os demônios da manhã).

...brincou, comeu e bebeu

falou, escutou e correu,

dormiu, acordou, foi amada e amou,

num bom lar tem boas condições

de ser um bom filho e tornar-se boa pessoa...

Primeiros anos escolares
Na antiga educação de Roma faziam parte do Ludus, escola onde o ludi magister era o professor. Entre nós no passado faziam parte da Escola Primaria e depois das chamadas Series Iniciais. Hoje fazem parte do Ensino Fundamental. São considerados cruciais porque a educação familiar agora compartilha o ensino com a escola formal que para o bem ou para ou mal passa a influir no destino da criança.

Nesse período as janelas para o mundo passam a se alargar bastante inclusive no âmbito do maior envolvimento e desenvolvimento social requerendo especial atenção das famílias.

Um método chamado global é defendido pelos construtivistas. Segundo eles, para aprender a ler e escrever melhor seria trabalhar diretamente com textos escritos que dizem respeito ao mundo da criança.

Na verdade não se deveria confundir alfabetização com letramento porque a alfabetização tem por objetivo levar a criança a ler e escrever com fluência (associar sons com letras) ao passo que letramento seria o processo que leva a compreender aquilo que é lido. Um defeito muito comum é alguém ler sem entender o que lê (analfabeto funcional - como milhões são em nosso país).

As considerações atrás postas reforçam a importância da escola nas suas series iniciais e se se tratar de família adventista requer bastante cuidado na escolha da escola para seus filhos.

Na busca da boa escola para a travessia dos primeiros anos é essencial considerar algumas marcas mesmo quando a escola escolhida é uma escola adventista. Educação é assunto sério para a vida sendo inclusive assunto de salvação e destino.

Filosofia Educacional. Diz respeito à visão que a escola tem do mundo e do homem no mundo. Ela pode ser identificada através dos objetivos educacionais estabelecidos, do chamado projeto pedagógico, do currículo escolar e melhor que tudo, da observação das atividades desenvolvidas na escola, no seu dia-a-dia, pois geralmente não se pratica tudo o que se escreve e se pratica causas que não se escrevem. Sempre é bom observar a entrada e a saída dos alunos, os recreios, o que acontece nas salas de aulas, o transporte escolar e a compostura geral dos alunos e quiçá, dos próprios professores.

E em se tratando de famílias adventistas, é bom lembrar e relembrar que a educação cristã deve cogitar de Religião, Caráter, Saúde, Intelecto, Lar, Lazer, Cidadania e Vocação. O que faltar disso, deve ser provido e o que estiver truncado deve ser corrigido na medida do possível.

Substrato. No sentido físico diz respeito a prédios, espaços educacionais e pátios, na sua aparência, manutenção e limpeza. Feiura, má conservação, sujeira, lixo, papelada e pichações depõem fortemente contra a escola.

Ensino. O bom ensino; ensino que forma e não apenas informa, educa e não apenas escolariza, é a "alma" da escola e isso de modo muito especial se faz integrado com a Bíblia.

Há muito que considerar quando se trata de escolher uma escola para nossos filhos, especialmente no caso dos primeiros anos escolares considerados tão cruciais, mas não devidamente valorizados em nosso país a começar pelos professores dos primeiros anos.

Repetindo, lar escola, educação são assuntos sérios, assuntos de salvação e destino. E triste alguém no ter sido, podendo ter sido. Pior ainda é alguém ter sido aquilo que não deveria te sido!

Primeiros Anos da Adolescência
Na longa caminhada da vida, também são cruciais os primeiros anos da adolescência porque neles ocorre o ajustamento existencial que é a transição paulatina do mundo da meninice, para o mundo do adulto, para o mundo das escolhas e da responsabilidade. E a interpenetração de dois mundos!

Amadurecer serenamente! É uma inspiração ver um rapaz ou uma moça amadurecer serenamente sem traumas marcantes, passando do "mundo colorido" da meninice para o mundo da responsabilidade do adulto. Muitas vezes, no entanto, o ajustamento existencial que deveria ser sereno e tranquilo, descamba para o que chamamos de crise existencial como se vê com frequência na presente geração. A crise existencial tem marcas bem conhecidas: insegurança, borboleteamento excessivo, vacuidade (vazios existenciais) turbulência, hiperatividade, violência, ultra violência, pernosticidade, insubmissão à autoridade, stress e depressão prematuras, desgaste emocional severo, refúgio atrás de cortinas químicas e de fumaça, etc.

No ajustamento existencial a transição do mundo do menino para o mundo do adulto é marcada por grandes mudanças que equivalem a um segundo nascimento abrangendo de dez a quinze anos de tempo.

Nessa fase novos hormônios produzidos por glândulas que entram em atividade já programada, causam profundas mudanças fisiológicas que tendem a induzir mudanças comportamentais significativas e facilmente perceptíveis.

Podem ser mencionados: ingresso no ensino superior (em muitos casos especialmente penoso em nosso pais) para daí defrontar a escolha de uma profissão quando muitos elementos entram em jogo como mercado, vocação, ambição, opinião dos pais, resultados de testes, competências, recursos financeiros disponíveis, etc.

Outro desafio é' o ingresso na sociedade assumindo encargos da cidadania desenvolvendo traquejo social maduro e civilizado acompanhado de uma compostura aceitável.

Culminando, ainda há que defrontar a escolha de um companheiro de vida que hoje se apresenta em variadas formas, algumas delas bem degradadas.

Esse formidável conjunto de escolhas, atividades e eventos promove uma autêntica reviravolta na vida e na alma havendo muito lugar para falhas e para muita coisa que pode não dar certo. Isso torna as novas gerações impacientes, temerárias e por isso mais propensas a errar.

Razões para a crise existencial. São muitas e algumas podem ser mencionadas: lares deficientes sob diversos aspectos, desestruturados, com vivencia familiar fraca, invadidos pelos modernas bárbaros que praguejam a sociedade podendo ser mencionados a tele vulgaridade, com sua bizarridade, chocarrices, parvoíces, compostura grossa, a tele lixo com seu erotismo precoce e degradado e a tele pornografia resultando em maturação forçada com conflitos entre a idade biológica e a idade psíquica e confusão entre o certo e o errado favorecendo a entrada em cena dos demônios da manhã que impiedosamente fustigam e atacam os adolescentes.

E hoje, que dizer da internet escondida dentro de casa e que qual "caixa de pandora", permite que dela se tire de tudo desde aquilo que é bom até as maiores perversidades e degradação.

Nesse contexto também entram em cena professores desmotivados, especialmente por falta de reconhecimento, mal pagos especialmente nas séries iniciais e por isso mesmo maus modelos indignos de imitação e incapazes de prover inspiração aos seus alunos, favorecendo assim a crise existencial.

Incoerência por toda parte. O mundo e a vida muitas vezes parecem ser uma grande incoerência, uma mentira, um faz-de-conta. Há incoerência nos lares, nas escolas, na política, na sociedade, em todas as instituições e não é preciso ter muita inteligência nem muita cultura para se aperceber do reinado da incoerência.

Há incoerência entre o que se fala e se escreve e o que de fato se faz. Entre regulamentos, normas e leis e comportamentos e ações.

Modelos inconvenientes ou fracos. Modelagem educacional é o ensino por preceito e por exemplo. Como disse alguém: é pelo exemplo (bomi6/mau) que aprende a humanidade. Jamais aprenderão em outra escola.

Especialmente nas primeiras fases da vida, grande parte da aprendizagem vem por imitação, por exemplo. A aprendizagem observacional tem grande poder educativo e tem livre trânsito para o inconsciente.


Modelagem é modo de ensinar e aprender através de modelos para imitar lembrando que modelo é exatamente a imitação de algo ou de alguém e a capacidade e a vontade de imitar é típica dos seres humanos especialmente nas primeiras fases da vida. Na modelagem rege um princípio básico - o que é preceituado deve ser coerentemente exemplificado.

Modelos para imitar na forma de exemplos, produzem mais resultados que regras constantemente repetidas e isso para o bem ou para o mal.

Uma marca da sociedade moderna é a carência de bons modelos e uma predominância cada vez maior de maus modelos.

Faltam bons modelos de carne e osso, ou seja, modelos pessoais nos lares e na sociedade lembrando que pesquisas têm evidenciado a grande importância de modelos pessoais adultos (pais, professores, pessoas em evidência) e em seguida de modelos pessoais não adultos (modelagem dos iguais) como colegas, amigos e companheiros. Quando se trata da molecada, colega da, grupos de rua e gangues a preocupação deve ser redobrada e a influência desses modelos cresce na medida em que avança a escolarização e a participação em grupos sociais. Aumenta ocupando vazios deixados pelos modelos pessoais adultos, às vezes fracos ou às vezes muito ocupados.

Proliferação de novas ideias e de modismos. O bombardeio massificante por parte da mídia calcada na irresponsabilidade eletrônica é uma realidade.

Há congestionamento de percepções e emoções com o pior sendo representado melhor e por isso, o pior acaba sendo apreciado melhor com o resultado que conhecemos.

Modismos de baixa qualidade e de toda ordem perturbam também os adolescentes com tolices, parvoíces, gírias, apelidos, palavras sem nexo marcando e imperceptivelmente atingindo o subconsciente e o inconsciente. Bem disse um pensador: não ha inteligência capaz de se opor a uma tolice que se tornou moda.

Que fazer?
Não temos dúvidas. A missão principal cabe á educação adventista que recebeu importantes subsídios nos últimos anos, embora suas raízes alcancem a educação hebreia e a educação da Igreja Cristã Primitiva.

A experiência está ensinando que á medida que avançamos na modernidade, lares e escolas estão perdendo paulatinamente o poder para desenvolver bons comportamentos e mudar comportamentos indesejáveis.

Parece óbvio que boa parte da solução seja encontrada numa educação de qualidade instituída sobre bons lares e boas escolas lembrando ainda que a educação formal avança mais e mais contra a educação familiar. Por isso seria recomendável instituir um "departamento de educação" no âmbito familiar com condições de prover soluções para os desafios educacionais na medida em que surgirem. Bons lares e boas escolas adventistas ainda poderão tornar-se remansos nas corredeiras da vida ajudando os filhos da igreja na travessia dos anos cruciais.