Ideias evolucionistas
sugerindo um mundo de mudanças graduais, para melhor, em longo processo de
desenvolvimento, estiveram em gestação milenar desde os primórdios da história.
Sem dúvida a primeira
insinuação nesse teor ocorreu ainda no Jardim do Éden, quando o enganador,
disse aos primeiros pais: certamente não morrereis, mas serei como Deus
(Evoluireis...) conhecendo o bem e o mal (a síntese do bem com o mal conduziria
a estágios mais elevados...).
Contudo as ideias
evolucionistas, só se impuseram ao pensamento humano durante o século XIX com o
surgimento do evolucionismo darwinista, cujas linhas básicas apareceram no
livro Origin of Species, publicado em 1859 por Charles Darwin, a quem coube
prover condições para a síntese das ideias evolucionistas que então pairavam no
pensamento humano.
Observando fatos
biológicos num contexto de mudanças, interpretando-os e extrapolando-os em
termos de desenvolvimento gradual, Darwin contribuiu para que fosse
estabelecido o princípio do evolucionismo darwinista nos seguintes termos: As
espécies existentes surgiram de outras mais simples, mediante gradual
acumulação de pequeninas variações (mutações gênicas, no caso do
neodarwinismo, uma síntese do evolucionismo com o mendelismo, selecionadas naturalmente
(seleção natural) de modo a torná-las mais aptas para sobrevivência
(predominância do mais apto), graças às mudanças (mutações) nelas ocorridas.
Graças à influência do
arguto advogado Thomaz Huxley, cognominado o “cão de guarda do evolucionismo”,
do filósofo Herbert Spencer, que deu à evolução um voo filosófico mediante sua
penetração em todos os domínios do pensamento humano e graças a outros
batalhadores, alguns até pouco escrupulosos como Ernest Haeckel, o
evolucionismo provocou tremendo impacto no pensamento humano, a ponto do século
XIX ter sido chamado por alguns de “o Século de Darwin”.
Em 1936, Julian Huxley,
no seu discurso como presidente da Associação Britânica para o Avanço da
Ciência afirmava ser a evolução o mais importante de todos os problemas da
Ciência, envolvendo todos os campos do conhecimento... Nos quais sobressairia a
Biologia, promovendo a unificação de toda a ciência sob a égide da evolução.
Tão grande foi o impacto
do Darwinismo sobre o pensamento humano que em 1959, quando na Universidade de
Chicago se comemorava o centenário do Darwinismo, era ideia corrente que
nenhuma pessoa esclarecida deixaria de aceitar o evolucionismo como fato e o
evolucionismo darwinista como modo de origem das espécies.
Insinuava-se inclusive
que tudo é produto da evolução, inclusive a ideia de Deus.
Por sua vez o
criacionismo parecia morto e sepultado.
Segundo o filósofo
Etiene Gilson na sua obra “D’Aristoteles a Darwin et Retour” (Edição Vrin,
1971), o evolucionismo darwinista foi tornado aparentemente indestrutível
mediante uma síntese filosófico-científica na qual a generalidade da premissa
filosófica, o evolucionismo, repousa sobre a restrita demonstrabilidade do fato
científico a variação sob a égide da seleção natural.
É fácil concluir que o
principal autor desta síntese foi o arguto Thomaz Huxley que uniu o
evolucionismo filosófico de Hebert Spencer (o filósofo da Evolução) com o
Darwinismo (variações limitadas nos organismos, selecionadas e tornadas aptas
pela seleção natural).
Foi uma tremenda
síntese, mas sem deixar de ser um “mito” filosófico-científico, posteriormente
impingido aos intelectuais como parte de sua formação chegando a ser uma
autêntica religião das universidades e de certas culturas.
Ressurgimento do Criacionismo
Graças aos esforços de
notáveis precursores como George Mc Ready Price e outros, o criacionismo
começou a ressurgir na América do Norte e Europa, tornando-se hoje num sistema
de pensamento digno de atenção nos meios cultos e contribuindo inclusive para
que a comemoração do centenário da morte de Darwin, em 1982, não fosse tão
eufórica como foi em 1959 a comemoração do centenário do livro “A Origem das
Espécies”.
Enquanto em 1933 o
Manifesto Humanista I, dentre outras cousas afirmava que o universo é auto
existente, que o homem é parte da natureza da qual emergiu e que mesmo a
religião do homem é produto da evolução, o Manifesto Humanista II em 1973, em
face do criacionismo ressurgente, reafirmava que a evolução é um princípio da
ciência e que a fé em Deus é uma fé não submetida a provas e fora de moda.
Posteriormente o
conhecido Isaac Asinov se deu ao trabalho de publicar no New York Times, um
artigo anti-criacionista no qual compara o criacionismo a um sonho mau, a um
pesadelo, opondo-se inclusive ao ensino do criacionismo nas escolas ao lado do
ensino do evolucionismo.,Parece que o criacionismo ressurgente começava a
perturbar o sossego evolucionista através da obra incansável dos assim chamados
“criacionistas científicos americanos”.
No manifesto publicado
em 1977 pela Associação Humanista Americana 163 pesquisadores, na maioria
biólogos, afirmaram que o evolucionismo é um princípio da ciência (pode ser um
princípio, mas é discutível se é científico).
Para Teilhard de
Chardin, evolução seria um postulado geral, diante do qual deveriam curvar-se
todas as teorias, hipóteses e sistemas se é que pretendem ser lógicos e
verdadeiros.
Theodosius Dobzhansky
num panegírico a Chardin, dizia ser a evolução a luz que ilumina todos os
fatos, a trajetória que todas as linhas de pensamento devem seguir.
Já Francisco Ayala,
discípulo de Dobzhansky, afirmava que em Biologia nada tem sentido a não ser à
luz da evolução.
Por sua vez o biólogo LH
Mathews na introdução ao livro Origem das Espécies edição de 1971, afirmava ser
a teoria da evolução uma fé satisfatória na qual podemos basear nossa
interpretação da natureza.
Por outro lado, Leon
Harris (Perspectives in Biology and Medicine, Winter, 1975 pp. 179 - 184)
sugere atribuir ao Darwinismo natureza axiomática e para axiomas não se demanda
provas.
Menos lisonjeira mas
também interessante é a opinião de Paul Erhlich da Stanford University (Nature
vol 214 p. 352) dizendo ser o evolucionismo um dogma impingido aos intelectuais
como parte do seu treino, dogma este sustentado por experimentos levados a
efeito em sistemas muito simplificados, cuja validade foi extrapolada muito
além dos seus limites da verificação (variabilidade das espécies verificada em
limites restritos).
Finalmente Loren Eisely
na sua obra The Immense Journey (New York; Raudom House, 1957, p. 199)
referindo-se aos esforços feitos para sustentar o evolucionismo nos domínios da
ciência diz: a ciência foi deixada na embaraçosa posição de postular teorias
sobre origens que não podem ser demonstradas.
Depois de haver
censurado o teólogo por sua dependência do mito e do milagre, a ciência se
encontra na mesma inviável posição de criar uma mitologia para ela mesma, isto
é, afirmar que aquilo que após longos anos não pode ser considerado como
ocorrendo hoje, na verdade ocorreu no remoto passado.
Em suma a evolução
parece ser tudo e parece pretender explicar tudo. Isso é sintomático porque ao
pretender explicar tudo, anula seu potencial para a falsificabilidade que é a
principal característica de princípios e teorias científicas.
De fato, se evolução é
um fato, por que ter que qualificá-la tanto e com tantas expressões? Se a
evolução é de fato um fato tão geral, porque parece ser tão difícil explicar o
mecanismo do seu funcionamento?
Alguns Fatos a
Considerar
Sobrevivência do Mais
Apto
Seria de fato a
sobrevivência do mais apto um fato?
Sem considerar a
redundância implícita na expressão, (na verdade o organismo que sobrevive é o
mais apto e o mais apto é o que deve sobreviver) passemos a raciocinar na
seguinte linha de pensamento: se a seleção natural se limitasse a preservar os
organismos melhor adaptados às suas condições ambientais, paulatinamente, com o
correr o tempo, no mesmo lugar e ao mesmo tempo, graças à seleção natural,
estariam dotados do mesmo patrimônio genético, possuindo as mesmas necessidades
alimentares, ambientais e outras, que deveriam ser satisfeitas ao mesmo tempo e
da mesma maneira.
Como resultado
estabelecer-se-ia uma concorrência acirrada e intolerável num habitat restrito
(território onde o indivíduo ou organismo tornou-se o mais apto) a qual
acabaria, isto sim, eliminando o grupo justamente por ser altamente monomorfo
graças à seleção natural.
Pesquisas feitas (Ayala,
Kimura, etc.) evidenciaram que em condições adversas organismos com patrimônio
genético monomorfo (altamente selecionados) duramente sobreviviam enquanto
prosperavam organismos com patrimônio genético polimorfo ou seja não
selecionados. Na verdade alta seleção geralmente requer alta proteção e isso
fica claro para qualquer pessoa envolvida com seleção artificial. O geneticista
Kimura conclui que nos organismos vivos, genes que passaram por muitas mutações
(alta seleção depende de muitas mutações) só controlam funções secundárias (são
um tanto “inertes”) ao passo que genes que comandam funções importantes como,
por exemplo, a fotossíntese, levada a cabo pela clorofila, apresentam mínimas
mutações desde “tempos imemoriais” (parece óbvio que muitas mutações casuais
acabem degradando ou tornando inertes e não aprimorem sistemas genéticos ou
outros quaisquer!).
Parece cada vez mais
claro, mesmo a evolucionistas, que a predominância do mais apto parece não
estar em muita concordância com as leis da natureza (não é difícil verificar
que seres pouco aptos como os gambás, koalas e outros sobrevivem e seres que
pareciam mais apto como os dinossauros se extinguiram).
Também parece cada vez
mais claro que o acúmulo gradual e casual de mutações, mesmo nos domínios da
seleção natural, não pode explicar a origem de formas de vida cada vez mais
complexas.
Mesmo entre
evolucionistas parece haver desarmonia sobre o que realmente pode fazer a
seleção natural, além de promover a variabilidade dentro de formas básicas de
vida.
Falta de Tempo para o
Darwinismo Originar Novas Espécies
Muitos pensadores,
inclusive evolucionistas, estão ficando conscientes de que, mesmo que o acúmulo
casual de pequenas mudanças pudesse transformar um organismo simples noutro
mais complexo, o tempo requerido para este processo seria enorme e não
disponível, mesmo pelos cálculos mais inflacionados de idades da terra e do
universo.
No simpósio do Wistar
Institute em 1966, Murray, Salisbury e outros concluíram que se se der ao acaso
papel sério e crucial na origem das entidades, então o evolucionismo precisa
aguardar a descoberta de novas leis naturais, pois a evolução baseada em
processos caóticos requereria bilhões de vezes mais tempo do que os supostos
4,6 bilhões de anos da idade da terra.
Certamente muitos
paleobiólogos devem ter a percepção, nem sempre confessada, de que a seleção
natural de Darwin é de ação muito lenta e limitada, para poder ser
responsabilizada pela origem das espécies.
Também a probabilidade
estatística do surgimento espontâneo da vida (numa atmosfera primeva sem
oxigênio e diferente da atual) e mesmo de uma proteína (cadeia constituída de
aminoácidos dos quais há 20 usados pelos seres vivos) é praticamente nula em
face da complexidade da base físico-química da matéria viva, sabendo que cada
organismo é constituído por trilhões de células.
Estima-se que o corpo
humano seja constituído por 10 trilhões de células, cada uma com 46 cromossomas
(constituída de DNA) no núcleo (as células germinais têm a metade).
Nos cromossomas deve
haver uns 3 milhões de genes (unidades hereditárias que condicionam as
características dos seres vivos) contendo uns 5 bilhões de pares de nucleotídeos
(uma sequência de 3 nucleotídeos, em certa ordem determina um aminoácido) e as
proteínas e enzimas, essenciais à construção e funcionamento dos organismos,
são formados por desde 50 até 300 aminoácidos em certa ordem!
Uma sequência de
nucleotídeos (há 4 diferentes: adenina, citosina, guanina e tinina) onde cada 3
em certa ordem (codon) codifica um aminoácido constitui um gene.
Considere-se, por
exemplo, a probabilidade de casualmente ser formada a hemoglobina do sangue com
seus 574 aminoácidos dispostos em 4 cadeias, 2 com 141 e 2 com 146 aminoácidos
a partir de 20 aminoácidos diferentes.
Considerando os 20
aminoácidos diferentes utilizáveis pelos seres vivos, concluímos que há 20146
maneiras diferentes de formar a cadeia Beta da hemoglobina com 146 aminoácidos.
Embora esse número seja
bem menor pois haverá muitas repetições visto haver só 20 aminoácidos em
cadeias de 146, ainda assim esse número é maior do que 10 elevado a 100 (gugol)
número possivelmente maior que o total de partículas do universo. Probabilidade
praticamente nula!
Mesmo a probabilidade
estatística para a formação casual do hormônio insulina, do qual são
deficientes os diabéticos, constituído por 51 aminoácidos que devem estar
rigorosamente numa ordem, é praticamente nula.
Convém lembrar ainda que
a síntese de uma determinada proteína só ocorre na presença de enzimas que
atuam como catalizadores. Isso complica o problema lembrando que enzimas, por
sua vez, também são proteínas.
Evocar o acaso e ater-se
aos princípios que regem a ciência experimental não pode ser o procedimento no
caso de estudo das origens.
Incoerência entre o
Darwinismo e o Registro Fóssil
Se o evolucionismo
darwinista fosse um fato, o registro fóssil deveria ser bem diferente e rico em
formas transicionais documentando a passagem paulatina de uma espécie para a
outra, graças ao lento acúmulo de formas com pequenas e contínuas variações.
Não é esse o caso do mundo fóssil rico, isto sim, em formas terminais e marcado por nítidas lacunas entre as espécies fósseis preservadas.
Não é esse o caso do mundo fóssil rico, isto sim, em formas terminais e marcado por nítidas lacunas entre as espécies fósseis preservadas.
Em congresso realizado
anos atrás no Museu de História Natural de Chicago, boa parte dos 160
cientistas presentes (biólogos, anatomistas, paleontólogos) parecia divergir,
sob algum aspecto, dos ensinamentos básicos do darwinismo, embora continuassem
a considerar a evolução como fato indiscutível.
Concluíram por exemplo,
o que os criacionistas sempre afirmaram, que mesmo durante milhões de anos, as
espécies mudam muito pouco. E esta conclusão parece fortemente corroborada pelo
registro fóssil nos terrenos sedimentares onde fósseis complexos surgem
repentinamente nas primeiras camadas (terrenos cambrianos).
Entre estes e os fósseis
das camadas subsequentes não há as necessárias formas transicionais ou intermediárias
para construir séries contínuas, como seria de esperar, se o darwinismo, que
afirma a origem das espécies mediante o acúmulo gradual e casual de pequenas
mutações, fosse um fato.
Da mesma forma surgem
repentinamente todas as formas básicas de vida ao longo da coluna geológica.
As poucas formas
transicionais existentes (o mundo fóssil e esmagadoramente constituído de
formas terminais) o são em boa parte porque são tidas como tais graças a
exercícios de imaginação.
Origem do Voo
Trata-se de um exemplo
típico da falta de formas transicionais, constituindo um grande problema para a
evolução porque a capacidade de voar, num contexto evolucionista, deve ter
surgido quatro vezes distintas: entre os insetos, entre os répteis (os
pterossauros), com as aves e entre os mamíferos (quirópteros ou morcegos).
A transição entre um
animal não voador e um dotado da capacidade de voar implica em profundas
modificações em boa parte dos órgãos e estruturas e um processo gradual
certamente requereria milhares de formas transicionais especialmente se fosse
gradual. E onde estão tais formas?
Há imensas lacunas entre
qualquer uma das formas aladas e seus supostos ancestrais e isso é reconhecido
inclusive por evolucionistas de renome como F.C. Olson em sua obra The
Evolution of Life e A.S. Romer em Vertebrate Paleontology.
Considere-se, por
exemplo, as fantásticas mudanças que deveriam ter ocorrido num réptil, por mais
saltador que fosse, para transformá-lo numa ave, que parece ter sido feita de
propósito para voar com sua elevada temperatura do sangue (42 ou 43ºC), ossos
leves, resistentes e ocos, sacos aéreos como extensões do sistema respiratório,
elevada pressão do sangue e grande concentração de açúcar no sangue (bem maior
que nos mamíferos).
E que dizer da
transformação de uma escama em uma pena, verdadeira obra prima, seja ela de um
pardal, de uma pomba, de um pavão ou de uma ave do paraíso?
E ainda mais, o que
dizer da fantástica capacidade migratória de muitas aves, guiando-se inclusive
por estrelas, instinto que não pode ter sido adquirido gradualmente e que é
sustentado por muito eficientes sistemas digestivo e circulatório?
Os evolucionistas têm
sugerido ou mesmo assumido que o animal saltoposuchus seja o ancestral de
répteis voadores (pterossauros) e aves.
Contudo, há grandes
lacunas entre o saltoposuchus e os pterossauros, alguns com até 8m de
envergadura, com ou sem dentes, com longa cauda e o 4º dedo dos membros
anteriores desmesuradamente longo, contrastando com os outros três e suportando
a membrana volátil.
Não deveria haver formas
intermediárias evidenciando, por exemplo, a gradual evolução do 4º dedo?
Por sua vez há um abismo
entre o saltoposuchus e a archaeopterix, supostamente a mais antiga ave e
considerada no passado, como sendo um dos mais valiosos fósseis (para os
evolucionistas) por ser considerada como exemplo clássico de “evolução apanhada
em flagrante”.
Muitos, inclusive
evolucionistas afirmam que a archaeopterix não pode ser considerada como elo
intermediário entre répteis e aves, pois se o fosse, deveria apresentar
características de ambos os grupos devidamente acompanhadas de estruturas
nascentes (das aves) e decadentes (dos répteis).
Embora possuísse
características reptilianas como dentes, cauda óssea longa, dedos com garras
nos membros anteriores, possuía pélvis como as aves e penas perfeitas como as
das aves.
Da mesma forma, o
supostamente mais antigo morcego conhecido, o paleochiropterix de 50 milhões de
anos atrás (segundo esquemas evolucionistas), é em tudo semelhante aos morcegos
atuais, não havendo evidência alguma de formas transicionais entre eles e os
mamíferos insetívoros tidos como seus ancestrais.
Na realidade seria
requerida uma tremenda revolução anatômica e fisiológica para transformar um
insetívoro em um morcego e as tentativas da natureza nesse sentido deveriam
estar bem documentadas no mundo fóssil. Mas onde estão?
Evolução aos Saltos
A falta de formas
transicionais tem levado alguns evolucionistas a tomar posições verdadeiramente
revisoras face ao darwinismo, passando a defender uma teoria de “evolução aos
saltos” como é o caso de Stephen Jay Gould da Universidade de Harvard.
Segundo Gould, não se
pode rejeitar os fatos da microevolução, mas microevolução extrapolada não é macro
evolução.
De acordo com as
posições revisionistas, as espécies mudariam muito pouco ao longo dos anos, mas
repentinamente sem haver explicação, sofreriam bruscas transformações
adquirindo novas características.
Mais ainda, essas
violentas e imprevisíveis mutações ocorreriam por acaso, não proporcionando
necessariamente melhores condições de sobrevivência aos seres resultantes.
Nessa linha de
pensamento, as modificações e adaptações evocadas pelo darwinismo contribuíram
para o fenômeno da microevolução (modificações intraespecíficas) ao passo que macro
mutações repentinas e inexplicáveis é que contribuiriam para o surgimento de
novas espécies.
Assim pensam os
proponentes desta nova posição, haveria harmonia entre o evolucionismo e o
registro fóssil.
Interessante é que os
criacionistas nunca rejeitaram as modificações intraespecíficas produzidas
pelas mutações (dentro de um tipo básico de vida ou dentro de um min segundo a
terminologia hebraica do livro de Gênesis) mas nunca atribuíram a elas o poder
de criar novas e mais complexas espécies.
É significativo o fato
de ser defendida uma “evolução aos saltos” que se aproxima mais da posição
Criacionista que afirma a origem repentina dos tipos básicos de vida (mins na terminologia hebraica, de
Gênesis), mas por ação de um Criador.
Conclusão
É fato bem estabelecido
que os organismos vivos variam, tanto durante a sua vida, quanto ao longo do
tempo.
Dentre as diversas
modalidades de variações, tem havido especial interesse da parte dos
evolucionistas e também dos criacionistas no estudo das variações decorrentes
das mutações genéticas que atingem a informação codificada nos cromossomas das
células germinais dos organismos vivos.
As mutações genéticas
podem ser gênicas (point mutations), cromossômicas (aberrações cromossômicas) e
novas combinações de genes.
Mutações gênicas (point
mutations) decorrem de erros em determinadas posições dos genes ou erros na
passagem do código genético, implicando, nas proteínas e enzimas, alterações
nas posições dos aminoácidos.
Os efeitos de tais
mutações muitas vezes são deletérios para os organismos, como é o caso de
mínimas alterações na hemoglobina humana provocando anemia tão profunda a ponto
de prejudicar a sobrevivência.
Outras vezes os efeitos
são triviais resultando em mudanças de cores, formatos, aparência, mas às vezes
até com valor para sobrevivência como foi o caso das mariposas claras e escuras
na Inglaterra.
Triviais ou deletérias,
parece óbvio que mutações gênicas não têm condições de prover informação capaz
de originar novas espécies e explicar a diversidade de organismos.
Mutações cromossômicas
(aberrações cromossômicas) decorrem de reagrupamentos, inserções ou deleções de
sequências de genes nos cromossomas.
Foram estudadas em
insetos (drosófilas), em certas plantas e produzem mudanças em cores, tamanhos,
formas, comportamentos, atividades e outras como pode ser visto por exemplo, na
seleção artificial de cães.
Como ocorrem em sistemas
de genes já existentes, complexos e bem controlados, dificilmente podem ter a
pretensão de explicar a origem destes sistemas e a origem de espécies mais e
mais complexas.
O caso da deleção de
genes (perda de sequências de genes) implica, isto sim, em degenerescência como
se vê em muitas formas vivas como aves que não voam, peixes cegos nas cavernas.
Novas combinações de
genes já existentes na bagagem genética podem ocorrer num processo de
reprodução bissexuada, graças ao fato de haver muito mais informação na bagagem
genética do que a que é expressa nos organismos vivos. Em outras palavras, há
uma grande reserva de variabilidade nas diferentes combinações genéticas
possíveis, mas sempre com base em informação presente nos genes.
Estas novas combinações,
selecionadas pela natureza, permitem respostas dos organismos às mudanças e
pressões ambientais, permitindo assim sua sobrevivência. Contudo isso está
muito longe de explicar toda a diversidade de organismos, com novas estruturas
e novos órgãos e funções mais complexas.
No domínio das mutações
genéticas não é possível divisar um modo de induzir o surgimento de organismos
com novas estruturas corporais e novos órgãos com funções mais complexas quando
se considera a total interdependência das partes no organismo como um todo.
Os órgãos, por exemplo,
possuem base genética bem complexa e não será casualmente e através de erros na
transmissão de informação que poderão ser originados para exercer funções num
emaranhado de interdependências corporais.
Em suma, organismos
vivos possuem grande, mas limitado potencial para a variabilidade, graças à
grande reserva de informação genética. Mas tudo isso parece ocorrer dentro dos
limites de “formas básicas” de vida entre as quais lacunas parecem
intransponíveis.
Variabilidade e Fatores
Ambientais
Parece claro que a
variabilidade genética tende a aumentar em épocas de mudanças.
Após a Criação, a
primeira grande mudança foi a entrada do pecado por causa da queda do homem ao
falhar na sua confiança em Deus, o Criador.
Devem ter ocorrido, a
partir de então, mudanças drásticas, visualizadas pelas expressões que
encontramos em Gênesis, capítulo 3: “Maldita é a terra por causa de ti; cardos
e espinhos produzirá; em fadigas obterás dela o sustento; no suor do rosto
comerás o teu pão...” além da percepção de “estar nu” e da sensação de medo.
Certamente começaram a
ocorrer variações adaptativas e degenerativas que continuam até hoje segundo
Romanos 8:22.
Por ocasião do Dilúvio Universal, do qual temos tantas evidências, houve novas condições para o aumento da variabilidade em pequenas populações; com isolamento geográfico e sob mudanças ambientais rápidas e profundas.
Por ocasião do Dilúvio Universal, do qual temos tantas evidências, houve novas condições para o aumento da variabilidade em pequenas populações; com isolamento geográfico e sob mudanças ambientais rápidas e profundas.
Em populações pequenas
um eventual gene mutante se espalharia com mais facilidade. Da mesma forma um
gene raro poderia ser passado para outras gerações, o que não aconteceria em
grandes populações onde seria eliminado.
O isolamento geográfico
preserva e isola pequenas populações evitando cruzamentos com outros. Há ao
mesmo tempo redução da competição, permitindo inclusive a sobrevivência de
eventuais aberrações, que, caso contrário seriam eliminadas.
Da mesma forma, genes
mutantes e aberrações podem ser preservadas por ocasião de mudanças ambientais
rápidas, porque estas reduzem os efeitos da competição, visto sempre novas
condições ambientais entrarem em cena.
É fácil ver então como
um dilúvio universal, pode ter provido condições para um drástico aumento de
variabilidade num mundo de tantas mudanças a partir de então.
Concluindo, pode-se
afirmar que em meio a tanta diversidade, não há evidência de qualquer tipo de
mudança que possa operar acima do nível da raça-espécie e de seus entornos.
A hipótese darwinista parece
adequada para explicar as variações em nível intraespecífico, mas insuficiente
para explicar a origem dos grupos hierarquicamente mais elevados de seres vivos
que segundo o plano divino deveriam preservar suas marcas básicas.