domingo, 7 de abril de 2013

O PODER DO AMOR

O PODER DO AMOR

Para introdução leiamos: Jeremias 31:3 – “De há muito que o Senhor me apareceu dizendo: com amor eterno te amei e com amorável benignidade te atraí.”
Oseias 11:4 (1ª parte) – “Atrai-vos com cordas humanas, com cordas de amor...”
I Joao 4:7 e 8 – “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus pois Deus é amor.”
De E.G.White – A natureza de Deus é amar, assim como a do Sol é brilhar. Amor, bondade e verdade são marcas básicas do seu caráter.

De há muito! Ao criar o universo físico com suas partículas elementares, quarks, prótons e nêutrons, Deus permeou-o de tempo e de forcas (gravitacionais, eletromagnéticas e nucleares).
Também de há muito, ao criar o universo moral de criaturas livres, Deus permeou-o de amor, “cola social e moral” que deveria unir as criaturas. Melhor dito, Deus permeou-o com seu eterno amor pois Deus é eterno e é também a eterna sabedoria.
Do seu eterno amor Deus colocou uma centelha em cada ser criado ou seja, Deus criou o homem num ato de amor e nele colocou o seu eterno amor.
Até o universo físico Deus criou com amor, colocando nele incontáveis evidências do seu poder e do seu amor que transparecem desde a imensidão das galáxias até a beleza, a harmonia da cor, da forma e dos sons, que a toda hora nos cumprimentam!
Quando contemplamos e estudamos maravilhados este universo de Deus, desde o macrocosmo estelar até o microcosmo dos seres e partículas, só podemos exclamar: Quão grande és tu, repetindo palavras de hino bem conhecido...
Contudo, em certa altura do tempo e da história, numa das mais sublimes criaturas de Deus, surgiu uma forma truncada e aberrante de amor. Surgiu o egoísmo, resultante do amor dirigido para si mesmo. Deste, se originaram a soberba, o ódio e todas as formas pervertidas de amor.
Desde então, amor e ódio coexistem e passaram a ser os dois sentimentos primários que organizam todas as nossas emoções, condicionando todo o desenrolar de nossa vida.
Desde então, passou a ser de crucial importância saber o que amar e como amar e o que odiar e porque odiar.
Dizem que, dentro deste contexto Joao Wesley exclamou: Senhor! Dá-me dez homens que a todos amem que a ninguém temam a não ser a ti e que a nada odeiem a não ser o pecado... e eu abalarei o mundo!
Desde então o universo moral tem presenciado a decrepitude do amor colocado por Deus no coração humano.
Desde então tem sido mais e mais comum amar o que deve ser odiado e odiar o que deveria ser amado. Uma autêntica inversão de valores.
O narcisista ama a si mesmo por amor de si e como narcisos na lenda, se degrada, murcha e morre enamorado de si mesmo.
O egoísta ama aos outros por amor de si, ou seja, ama a si mesmo através dos outros e paulatinamente se corrompe sob seu amor interesseiro de segundas-intenções, como hoje por toda parte se vê!
Torna-se cada vez menos comum o altruísta, esse herói muitas vezes anônimo que ama aos outros por amor dos outros, contribuindo assim para que se chegue à confortante conclusão de que nem tudo está perdido!
Mais raro ainda é o altruísta-cristão que primeiro ama a Deus e que também ama a si mesmo, mas por amor de Deus e por amor dos outros, cumprindo assim o grande sumário da lei estabelecido tanto no Velho quanto no Novo Testamento: amar a Deus sobre tudo e ao próximo como a si mesmo ou em outras palavras, amar a si mesmo mas por amor de Deus e do próximo.
Como é mal dirigida essa centelha do amor que Deus colocou no coração humano.
Quando no princípio, mediante sua eterna sabedoria Deus criou o homem, uma parcela do seu amor eterno foi encarnada no homem, formando uma base física e carnal... aí surgiu o amor sensual, erótico, de natureza altamente instintiva e afetiva destinado a estar relacionado com a perpetuação da espécie humana dentro da instituição do casamento, também criado por Deus.
Mas... com o correr do tempo esta se tornou uma das formas mais pervertidas de amor praguejando a sociedade como hoje se vê, chegando o freudismo a construir e interpretar toda a conduta humana com base no amor sensual.
Com a encarnação do amor no princípio, surgiu também o amor familiar (paterno, materno, filial, fraterno) parental (Storge, no grego) com forte colorido sentimental cujas bases são laços de sangue escritos em vermelho. Este amor une famílias e parentes preservando seus laços afetivos.
Da mesma natureza, mas livre de laços de sangue, é o amor-companheirismo, a amizade, também de colorido sentimental, mas de outra ordem e que é a pedra angular da educação e maturação de pessoas (Philein, Phileo).
Contudo....mais elevado, mais duradouro, acima e além do tempo e do espaço, do sexo, dos laços familiares e do colorido sentimental, Deus colocou no coração do homem o amor-princípio (Agape, Agapan no Novo Testamento) amor-estima, amor-respeito, destinado a ligar pessoas, seres, valores e cousas e mesmo inimigos!
Este amor que também é o amor de Deus, se dirigido corretamente nunca falha de acordo com o apóstolo Paulo.
Finalmente... depois do princípio e vindo a plenitude dos tempos, o eterno amor de Deus, através da encarnação, foi dotado de cordas humanas quando o Verbo se fez carne e habitou entre nós, tornando-se Emanoel que é Deus conosco. Deus precisou de mãe, de sangue e de mãos para salvar.
Desde então o eterno amor de Deus, mediante cordas humanas está tentando atrair homens para salva-los, para livra-los da decrepitude e da morte.
Há algum tempo causou impacto o livro de John Sutherland Bone intitulado: No Escape, cujo pensamento central era - não há escape fora do amor! Amar e ser amado ou morrer, eis o dilema.
A humanidade tem fome de amor, pois ele é a única grande forca para o bem, a única maneira de solver problemas e a única maneira de erguer homens!
Esta afirmação não se reveste apenas de sentido fisiológico, educacional e psicossomático – mais importante ainda é sua dimensão espiritual.
Fora do amor de Deus não há escape! Corresponder ao amor de Deus amando-o e amando o próximo como a si mesmo (ou amar a si mesmo por amor do próximo) ou morrer, e morrer de verdade sofrendo os danos da segunda morte, eis o dilema!
Importante. A grande verdade é que sofremos e morremos por carência de amor, por estarmos separados da fonte de amor eterno – Deus.

Conceito de amor – Que é finalmente amor? Certamente é mais que ideia, emoção, afeto ou afeição profunda. Não é fácil defini-lo e há muitas maneiras de fazê-lo.
Contudo poderia ser dito que amor é um sentimento inculcado nas criaturas humanas que as leva a relacionar-se afetivamente com seres, pessoas, ideias, valores e cousas.
Se bem dirigido, se na forma correta e afinado pelo amor de Deus é a mais poderosa fonte de poder no universo. É a última realidade atrás das galáxias e dos seres!
Fora do verdadeiro e puro amor não há escape pois só ele cria e recria, salva, preserva e aprimora. Por isso, em última instância, tudo deve ser feito com verdadeiro e puro amor!

O Amor Cria – Foi o eterno amor de Deus que levou-o a criar no princípio. E o resultado foi um maravilhoso mundo e nele criaturas capazes de relacionar-se afetivamente com Deus e umas com as outras. O resultado foi um mundo bonito que também deveria ser bom.
Com a queda do homem manifestou-se o poder recriador do amor de Deus capaz de fazer surgir novas criaturas humanas nascidas segunda vez da água e do Espírito conforme palavras de Jesus Cristo. O resultado é a criação de nova visão, novas disposições, novas forcas, nova vida, novo nascimento ou seja, o segundo nascimento que livrará da segunda morte.
O que é feito com puro amor não cansa, não entedia, não se gasta, não se torna formal. Tudo no organismo desde o mais simples movimento, pulsação ou respiração até a mais complexa função é posto a serviço deste princípio vivo que é o amor.
Ilustração – Uma menina carregava com dificuldade um meninote gorducho para cá e para lá.
Alguém lhe diz: menina poe esse gorducho no chão. Por que se cansa tanto? Ela responde: ele não cansa, é meu irmão!
Na resposta da menina estava implícita uma grande verdade. O que é feito com amor, não cansa. Por isso na vivência familiar muitos trabalhos diuturnos e muitas renúncias não são contados e em instituições geridas com sensibilidade amorável, muito trabalho e responsabilidade pesados se tornam leves.
Por isso também, com o amor de Deus e com o amor a Deus a própria guarda da lei não pesa.
O amor cria novas forcas mesmo em horas extremas.
Ilustração – Carta aos meus filhos (publicada pela revista Seleções em 1956) escrita em 13 de janeiro de 1954 pelo prof. Erwing, da Universidade de Columbia a bordo de um navio oceanográfico no Atlântico Norte.
Meus filhos muito queridos:
Quero escrever esta carta sobre o amor – o amor a Deus, o amor à família e o amor ao próximo.
Ontem fui arrancado do navio por uma vaga enorme e tive que nadar contra a tempestade com ondas da altura de montanhas para salvar-me.
Nessa altura da carta o professor Erwin conta sua situação: Desconjuntado pelo embate das ondas, com o pulmão encharcado de água, arrastado a mais de um quilômetro do navio, não podia flutuar, de repente perdeu a visão, tudo fica escuro. Era o fim. Não era mais possível lutar. Parecia agradável morrer. Era sobre-humano viver!
Continua a carta: De repente... parecia que todas as pessoas que gosto e que me gostam estavam aí para dar-me coragem.
Depois foram embora e ficaram vocês (a família). Parecia que vocês estavam a ponto de afogar-se e eu tinha que continuar nadando para salva-los um a um.
Depois era só a caçulinha Maggie (2 anos) que estava presente. Não a via, mas ouvia bem sua voz chamando-me... papai, papai... como quando vem descendo as escadas quando chego em casa de noite...
E o amor de vocês, e o amor de Maggie, foi mais forte que aquelas terríveis vagas do oceano. Mesmo que se arrebentassem todas sobre mim, o amor de Maggie seria ainda mais forte...
O navio demorou, houve defeito no leme, mas o professor Erwing continua nadando e por incrível que pareça, sobreviveu, quando colegas morreram.
O amor de Maggie foi mais forte que a morte!
Precisamos sempre ter em mente o amor. O amor que vocês, sua mãe e eu temos uns pelos outros me deu forcas para resistir depois de exausto. O amor de Maggie por mim, foi mais forte que as ondas. O amor de Deus trouxe o navio até onde eu estava e fui socorrido.
Não é possível compreender perfeitamente a forca do amor. Mas ele é real e é das cousas mais importantes do mundo.
Com muito amor,  O papai.
O amor cria novas forcas face à doença. É fator de saudabilidade e de longevidade.
Ilustração – O grande conde Lord Shatterbury (Antony Cooper, 1801 – 1885) com a idade de 44 anos era lorde da Câmara dos Lordes chegando a ser Lord do almirantado no apogeu da Inglaterra.
Mas aos 44 anos estava gasto, doente, marcado por velhice precoce embora fosse possuidor de enorme fortuna.
Por motivos de saúde renunciou. Não tinha mais condições de enfrentar a luta política.
Nessa altura da sua vida o amor ao próximo entra em ação.
Contando com seus recursos, passou a visitar antros, favelas, lares miseráveis, a fundar asilos, orfanatos e associações de moços. Passou a presidir sociedades religiosas, bíblicas, missionárias e filantrópicas.
Com isso acabou gastando sua fortuna. Mas reviveu! Remoçou, tornou-se saudável ao encontrar a felicidade no amor, no doar, no ajudar, no servir!
Viveu mais 40 anos de vida feliz. Foi apelidado de “O grande Conde” e no dia do seu sepultamento as ruas de Londres estavam apinhadas, não só de pessoas importantes, mas mais de inválidos, órfãos, doentes, operários, pobres, viúvas. Nos cartazes, às centenas, lia-se:
Tive fome e destes-me de comer; Tive sede e destes-me de beber; Fui estrangeiro e hospedastes-me; Adoeci e visitastes-me; Frases de Mateus 25:35 e 36.
Foi o maior tributo que se poderia prestar a uma criatura humana! O amor em ação contribui para o retorno da saúde e da felicidade.

O amor preserva do poder do pecado. Devemos ao Senhor Jesus Cristo a expressão:
Quem me ama guarda os meus mandamentos e estes não serão pesados.
Há aqui um grande segredo: amar e ser amado para não pecar.
Amar a Deus, amar a família, amar o próximo como a si mesmo (amar a si mesmo por amor de Deus e do próximo), amar o que deve ser amado para não pecar!

Ilustração – Encontro de executivos de uma multinacional em Paris procedentes do cone sul (Brasil incluso) teriam 5 dias de reunião e o sexto dia, livre para sentir a vida noturna de Paris. Ninguém pôde levar a família, embora alguns quisessem faze-lo.

No último dia foi recomendado que dormissem à tarde para à noite entrar em contato com a vida noturna, boates, cabarets, casa de diversão, vinho, bebidas, mulheres... quem tem família até seria bom esquecê-la diziam alguns.

A tarde ao descansar, Rafael justamente ao contrário do que fora recomendado, não podia esquecer sua família, esposa e filhos e entre eles Rafaelito que sempre andava atrás dele, inclusive calcando seus sapatos.
Tentando participar da noitada, acabou sentindo uma forca indômita que o ajudou a vencer o poder da tentação. Acabou permanecendo dormindo no hotel. O poder do amor à família e a Rafaelito lhe deram forcas para vencer o poder do pecado.

O amor a Deus, à família, ao próximo e a si mesmo, por amor de Deus e dos outros vence o poder do pecado.

       O amor Salva. Criando e Recriando, o amor salva e leva a salvar.
O amor é na verdade a única forca que de fato salva. É a única solução para o que está perdido.

Embora não livre do sono da primeira morte, salva dos danos da segunda morte, que é eterna.
Joao 3:16 – Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha ávida eterna.

Enquanto o egoísmo leva a querer, a guardar, a ajuntar, a exigir, a reclamar, a pleitear, a contestar, a discutir, o amor puro leva a doar, salvar, prestar serviço, repartir. Mais bem aventurada cousa é dar do que receber e reter.
Ilustração – Em famoso selo de 3 centavos dos Estados Unidos, emitido depois da segunda guerra mundial lê-se a mensagem: These IMMORTAL CHAPLAINS... (com letras maiúsculas) e abaixo as figuras de quatro homens e um navio afundando.

É uma homenagem a quatro oficiais capelães do exército que na hora do naufrágio na guerra, cederam seus salva-vidas a quatro recrutas que estavam no navio... e morreram no fundo do mar! Eram oficiais e não eram obrigados a fazê-lo.

Contudo o amor ao próximo os levou a praticar esta ação. Parafraseando S.Joao 15:13: Ninguém teve maior amor do que estes de darem sua própria vida pelos seus amigos!

O amor verdadeiro leva a salvar mesmo cedo na vida.
Ilustração – Um menino que tinha uma irmã muito doente, doou sangue (era compatível) para a sua irmã e depois deitou-se silencioso em sua cama. Numa certa altura ele pergunta: quando vou morrer?
Você não vai morrer, apenas você doou do seu sangue para a sua Irma.
Pensei que tivesse dado todo o meu sangue e que iria morrer!
O poder do amor leva a salvar mesmo cedo na vida.

O verdadeiro amor não apenas cria, recria e salva. Ele aprimora, refina e educa.
É sublime morrer para que outros vivam, mas ainda mais sublime cousa é viver e viver bem para que outros vivam e vivam bem.
Indo à vivência crista, se no passado foi dura cousa morrer por Cristo, hoje, ainda mais dura cousa é viver por Cristo!
Só mesmo o poder do puro amor pode permitir viver bem por Cristo, no mundo de hoje.

E.G.White – O genuíno refinamento e cultura têm sua raiz no amor. Este comunica, a quem o possui, graça, propriedade e elegância de porte. Ilumina-lhe a fisionomia, educa lhe a voz e refina e eleva todo o ser!

É notável o que o verdadeiro e puro amor, como homenagem a Deus e aos outros, pode fazer pelas pessoas tornando-as: pacientes, mansas, sóbrias, delicadas, corteses, bondosas, responsáveis, compreensivas, piedosas, simpáticas, conciliadoras, cultas, refinadas, sábias, humildes e idealistas.

O lema do Holy Club (clube santo) fundado por John Wesley e George Whitefield na Universidade de Oxford na Inglaterra, assim rezava:

  • Fazer todo bem que possa,
  • Por todos os meios que possa,
  • Em todas as maneiras que possa,
  • A todas as pessoas que possa, 
  • Em todo tempo que possa.
        Oh! Quão necessário se faz na vida moderna o poder do puro e verdadeiro amor. I Cor. 13:13. Temos nesta vida três grandes qualidades duradouras – fé, esperança e amor, mas a maior delas é o amor.

Você membro da Igreja, professor, administrador, estudante, trabalhador, porque não faz tudo por puro e verdadeiro amor?
Não há escape fora do amor. Amar e ser amado ou morrer é o dilema.
Só o amor cria, recria, salva e aprimora.
Assim como Deus criou o mundo e os seres por amor, com amor, permeando-os com amor, assim com amor, por amor, criemos nossos mundos de verdade, beleza, amor e bondade. 

        Que Deus nos abençoe e nos ajude a sentir na vida o poder do puro e verdadeiro amor.